Um estudo publicado em maio de 2025 na revista npj Parkinson’s Disease trouxe um avanço promissor: a inteligência artificial, usando dados do Apple Watch, foi capaz de identificar sinais da Doença de Parkinson com alta precisão — mesmo em pessoas sem diagnóstico formal.
O que foi feito?
Pesquisadores analisaram dados passivos coletados pelo Apple Watch de 343 participantes, entre eles:
- Pessoas com Parkinson já diagnosticado
- Indivíduos saudáveis (grupo controle)
Eles avaliaram 6 tipos de dados captados automaticamente pelo relógio:
- Tremor
- Bradicinesia (lentidão dos movimentos)
- Acinesia (ausência de movimento)
- Imobilidade
- Movimento voluntário
- Variabilidade do ritmo cardíaco
Esses dados foram processados por algoritmos de inteligência artificial (machine learning).
O que o estudo descobriu?
- A IA conseguiu distinguir pessoas com Parkinson dos controles com AUC de 0,84, um índice de acurácia considerado excelente.
- Também foi possível estimar a gravidade dos sintomas motores, com base nos escores da escala MDS-UPDRS III.
- Tudo isso de forma não invasiva, contínua e sem testes ativos: os dados foram colhidos automaticamente, no dia a dia das pessoas.
Por que isso importa?
Hoje, o diagnóstico do Parkinson ainda é clínico e muitas vezes tardio – feito só após a perda de grande parte dos neurônios dopaminérgicos. Este estudo mostra que:
- A IA pode antecipar o diagnóstico com base em dados do cotidiano.
- Isso abre portas para intervenções precoces e monitoramento remoto da progressão da doença.
- Pode ser um divisor de águas para pesquisa, prevenção e cuidado personalizado.
Referência:
LeWitt PA, Subramanian I, Schrock LE, et al. Noninvasive artificial intelligence-enabled monitoring of Parkinson’s disease using multimodal smart device data. npj Parkinson’s Disease. 2025; DOI: 10.1038/s41531-025-00953-w