5 de junho de 2025

Estudo de 2025 mostra: IA e Apple Watch detectam Parkinson com precisão

Um estudo publicado em maio de 2025 na revista npj Parkinson’s Disease trouxe um avanço promissor: a inteligência artificial, usando dados do Apple Watch, foi capaz de identificar sinais da Doença de Parkinson com alta precisão — mesmo em pessoas sem diagnóstico formal.

O que foi feito?

Pesquisadores analisaram dados passivos coletados pelo Apple Watch de 343 participantes, entre eles:

  • Pessoas com Parkinson já diagnosticado
  • Indivíduos saudáveis (grupo controle)

Eles avaliaram 6 tipos de dados captados automaticamente pelo relógio:

  • Tremor
  • Bradicinesia (lentidão dos movimentos)
  • Acinesia (ausência de movimento)
  • Imobilidade
  • Movimento voluntário
  • Variabilidade do ritmo cardíaco

Esses dados foram processados por algoritmos de inteligência artificial (machine learning).

O que o estudo descobriu?

  • A IA conseguiu distinguir pessoas com Parkinson dos controles com AUC de 0,84, um índice de acurácia considerado excelente.
  • Também foi possível estimar a gravidade dos sintomas motores, com base nos escores da escala MDS-UPDRS III.
  • Tudo isso de forma não invasiva, contínua e sem testes ativos: os dados foram colhidos automaticamente, no dia a dia das pessoas.

Por que isso importa?

Hoje, o diagnóstico do Parkinson ainda é clínico e muitas vezes tardio – feito só após a perda de grande parte dos neurônios dopaminérgicos. Este estudo mostra que:

  • A IA pode antecipar o diagnóstico com base em dados do cotidiano.
  • Isso abre portas para intervenções precoces e monitoramento remoto da progressão da doença.
  • Pode ser um divisor de águas para pesquisa, prevenção e cuidado personalizado.

Referência:

LeWitt PA, Subramanian I, Schrock LE, et al. Noninvasive artificial intelligence-enabled monitoring of Parkinson’s disease using multimodal smart device data. npj Parkinson’s Disease. 2025; DOI: 10.1038/s41531-025-00953-w