Você já ouviu falar que o diagnóstico de Parkinson pode demorar anos para ser confirmado? Pois é, mesmo com todos os avanços na medicina, essa ainda é uma realidade para muita gente.
Neste post, você vai entender:
- Por que o diagnóstico de Parkinson é tão desafiador
- Quais são os primeiros sinais que muitas vezes passam despercebidos
- O que está mudando com os novos exames e tecnologias
Nem todo tremor é Parkinson
A Doença de Parkinson não tem um exame que dá “positivo” ou “negativo” como em outras doenças. O diagnóstico é feito, principalmente, com base nos sintomas e no exame clínico feito por um neurologista.
E aí vem o problema: muitos sintomas podem se parecer com outras condições, como tremor essencial, Parkinsonismo vascular ou até efeitos colaterais de remédios.
Antes do tremor, o corpo já dava sinais
Um ponto importante — e que pouca gente sabe — é que o Parkinson pode começar anos antes dos primeiros tremores. Isso é chamado de fase “prodômica” da doença.
Alguns sinais comuns nesse período:
- Perda do olfato
- Constipação intestinal
- Distúrbios do sono, como agitação durante os sonhos (RBD)
- Ansiedade ou depressão sem motivo claro
Esses sintomas podem aparecer até 10 anos antes do diagnóstico e indicam que o corpo já está passando por mudanças neurológicas.
Existem vários tipos de Parkinson
Parkinson não é uma doença única e igual para todos. Existem subtipos, com sintomas, velocidade de progressão e resposta aos tratamentos bem diferentes.
Alguns exemplos:
- Parkinson de início precoce (antes dos 40)
- Parkinson com predomínio de tremor
- Parkinson com mais instabilidade postural e quedas
E em alguns casos, mutações genéticas específicas estão envolvidas, como as do gene LRRK2, GBA ou Parkin, o que pode ajudar a direcionar o tratamento.
O futuro é promissor: novos exames e biomarcadores
Pesquisadores do mundo todo estão trabalhando em novos testes que podem ajudar a detectar o Parkinson antes dos sintomas clássicos.
Alguns destaques:
- Exames de imagem avançados (como ressonância com contraste de neuromelanina)
- Análise de proteínas específicas no líquor ou na pele (RT-QuIC, PMCA)
- Testes genéticos para identificar risco elevado
Esses exames ainda estão em fase de pesquisa ou só disponíveis em centros especializados, mas representam um avanço importante para diagnósticos mais precoces e personalizados.
Em resumo:
- O diagnóstico de Parkinson ainda é clínico e pode ser desafiador, principalmente no início.
- Sintomas não motores, como distúrbios do sono e constipação, podem aparecer anos antes.
- Subtipos da doença e fatores genéticos ajudam a entender melhor cada caso.
- Novos exames e tecnologias estão abrindo portas para um futuro com diagnósticos mais rápidos e certeiros.
Referência principal:
Tolosa E, Garrido A, Scholz S, Poewe W. Challenges in the diagnosis of Parkinson’s disease. Lancet Neurology. 2021;20(5):385–397. Disponível em: [Lancet Neurol. PMC 2022 May 01].