16 de maio de 2025

Por que ainda é tão difícil diagnosticar a Doença de Parkinson?

Você já ouviu falar que o diagnóstico de Parkinson pode demorar anos para ser confirmado? Pois é, mesmo com todos os avanços na medicina, essa ainda é uma realidade para muita gente.

Neste post, você vai entender:

  • Por que o diagnóstico de Parkinson é tão desafiador
  • Quais são os primeiros sinais que muitas vezes passam despercebidos
  • O que está mudando com os novos exames e tecnologias

Nem todo tremor é Parkinson

A Doença de Parkinson não tem um exame que dá “positivo” ou “negativo” como em outras doenças. O diagnóstico é feito, principalmente, com base nos sintomas e no exame clínico feito por um neurologista.

E aí vem o problema: muitos sintomas podem se parecer com outras condições, como tremor essencial, Parkinsonismo vascular ou até efeitos colaterais de remédios.

Antes do tremor, o corpo já dava sinais

Um ponto importante — e que pouca gente sabe — é que o Parkinson pode começar anos antes dos primeiros tremores. Isso é chamado de fase “prodômica” da doença.

Alguns sinais comuns nesse período:

  • Perda do olfato
  • Constipação intestinal
  • Distúrbios do sono, como agitação durante os sonhos (RBD)
  • Ansiedade ou depressão sem motivo claro

Esses sintomas podem aparecer até 10 anos antes do diagnóstico e indicam que o corpo já está passando por mudanças neurológicas.

Existem vários tipos de Parkinson

Parkinson não é uma doença única e igual para todos. Existem subtipos, com sintomas, velocidade de progressão e resposta aos tratamentos bem diferentes.

Alguns exemplos:

  • Parkinson de início precoce (antes dos 40)
  • Parkinson com predomínio de tremor
  • Parkinson com mais instabilidade postural e quedas

E em alguns casos, mutações genéticas específicas estão envolvidas, como as do gene LRRK2, GBA ou Parkin, o que pode ajudar a direcionar o tratamento.

O futuro é promissor: novos exames e biomarcadores

Pesquisadores do mundo todo estão trabalhando em novos testes que podem ajudar a detectar o Parkinson antes dos sintomas clássicos.

Alguns destaques:

  • Exames de imagem avançados (como ressonância com contraste de neuromelanina)
  • Análise de proteínas específicas no líquor ou na pele (RT-QuIC, PMCA)
  • Testes genéticos para identificar risco elevado

Esses exames ainda estão em fase de pesquisa ou só disponíveis em centros especializados, mas representam um avanço importante para diagnósticos mais precoces e personalizados.

Em resumo:

  • O diagnóstico de Parkinson ainda é clínico e pode ser desafiador, principalmente no início.
  • Sintomas não motores, como distúrbios do sono e constipação, podem aparecer anos antes.
  • Subtipos da doença e fatores genéticos ajudam a entender melhor cada caso.
  • Novos exames e tecnologias estão abrindo portas para um futuro com diagnósticos mais rápidos e certeiros.

Referência principal:

Tolosa E, Garrido A, Scholz S, Poewe W. Challenges in the diagnosis of Parkinson’s disease. Lancet Neurology. 2021;20(5):385–397. Disponível em: [Lancet Neurol. PMC 2022 May 01].