16 de maio de 2025

Doença de Parkinson e Campo de Golf

Morar Perto de Campos de Golfe Aumenta o Risco de Parkinson? A Ciência Está Dando o Alerta.


Você já pensou que aquele campo de golfe bonito perto da sua casa pode estar escondendo um risco à saúde?

Um novo estudo revelou algo importante: viver perto de campos de golfe pode aumentar (e muito!) o risco de desenvolver Parkinson.

Mas antes de falar do estudo, vamos entender o básico:


O que é a Doença de Parkinson?

É uma condição degenerativa do cérebro que afeta o movimento, provocando:

  • Tremores
  • Rigidez muscular
  • Lentidão para iniciar movimentos
  • Dificuldade de equilíbrio

E não para por aí. Muitas vezes, os primeiros sinais são não motores, como:

  • Constipação
  • Perda do olfato
  • Depressão
  • Distúrbios do sono (como pesadelos intensos ou agitação noturna)

O que causa o Parkinson?

Segundo o capítulo 1 do livro Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects, a doença surge por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como:

  • Mutações genéticas específicas (como nos genes LRRK2, GBA1, SNCA)
  • Exposição a pesticidas e metais pesados
  • Consumo de água contaminada
  • Estresse oxidativo e inflamação no cérebro
  • Alterações nas mitocôndrias e nos mecanismos de “limpeza” celular

Ou seja, não é uma causa única, mas sim um conjunto de fatores que afetam os neurônios que produzem dopamina — e isso leva aos sintomas do Parkinson.

📚 Fonte: Kouli A, Torsney KM, Kuan WL. Parkinson’s Disease: Etiology, Neuropathology, and Pathogenesis. In: Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects. [Internet].

O que mostrou o novo estudo sobre campos de golfe?

Publicado em maio de 2025 na JAMA Network Open, o estudo analisou mais de 5 mil pessoas nos EUA e descobriu:

  • Quem vive a menos de 1,6 km de um campo de golfe tem 126% mais risco de desenvolver Parkinson.
  • O risco cai conforme a distância aumenta.
  • A água vinda de regiões com solo vulnerável e poços rasos também foi associada a mais casos.
  • Os maiores riscos foram nas áreas abastecidas por água subterrânea em regiões próximas a campos de golfe.

Esses locais recebem doses altas de pesticidas, que podem infiltrar no solo e contaminar a água — e também se espalhar pelo ar.

E por que os pesticidas são tão perigosos?

Muitos dos produtos usados em campos de golfe são os mesmos que, em laboratório, causam lesão nos neurônios dopaminérgicos.

Eles podem:

  • Aumentar o estresse oxidativo
  • Danificar as mitocôndrias (as “usinas de energia” dos neurônios)
  • Acionar inflamações crônicas
  • E comprometer a limpeza de proteínas defeituosas dentro das células

Tudo isso pode acelerar a degeneração cerebral que leva ao Parkinson.

O que podemos fazer?

  1. Ficar atento à origem da água que você consome.
  2. Observar sintomas precoces e conversar com um médico.
  3. Apoiar políticas que limitem o uso de pesticidas em áreas urbanas.
  4. Redobrar o cuidado se houver histórico familiar da doença.

Conclusão

O Parkinson não surge do nada. Há fatores ambientais que podemos controlar — e a proximidade com pesticidas é um deles.

O novo estudo é um alerta para mudanças em políticas públicas, mas também para que cada um possa refletir sobre seu ambiente e seus hábitos.

📚 Referências:

  • Kouli A, Torsney KM, Kuan WL. Chapter 1 – Parkinson’s Disease: Etiology, Neuropathology, and Pathogenesis. In: Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects [Internet].
  • Krzyzanowski B et al. Proximity to Golf Courses and Risk of Parkinson Disease. JAMA Network Open. 2025;8(5):e259198. Link para o artigo

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