Morar Perto de Campos de Golfe Aumenta o Risco de Parkinson? A Ciência Está Dando o Alerta.
Você já pensou que aquele campo de golfe bonito perto da sua casa pode estar escondendo um risco à saúde?
Um novo estudo revelou algo importante: viver perto de campos de golfe pode aumentar (e muito!) o risco de desenvolver Parkinson.
Mas antes de falar do estudo, vamos entender o básico:
O que é a Doença de Parkinson?
É uma condição degenerativa do cérebro que afeta o movimento, provocando:
- Tremores
- Rigidez muscular
- Lentidão para iniciar movimentos
- Dificuldade de equilíbrio
E não para por aí. Muitas vezes, os primeiros sinais são não motores, como:
- Constipação
- Perda do olfato
- Depressão
- Distúrbios do sono (como pesadelos intensos ou agitação noturna)
O que causa o Parkinson?
Segundo o capítulo 1 do livro Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects, a doença surge por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como:
- Mutações genéticas específicas (como nos genes LRRK2, GBA1, SNCA)
- Exposição a pesticidas e metais pesados
- Consumo de água contaminada
- Estresse oxidativo e inflamação no cérebro
- Alterações nas mitocôndrias e nos mecanismos de “limpeza” celular
Ou seja, não é uma causa única, mas sim um conjunto de fatores que afetam os neurônios que produzem dopamina — e isso leva aos sintomas do Parkinson.
📚 Fonte: Kouli A, Torsney KM, Kuan WL. Parkinson’s Disease: Etiology, Neuropathology, and Pathogenesis. In: Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects. [Internet].
O que mostrou o novo estudo sobre campos de golfe?
Publicado em maio de 2025 na JAMA Network Open, o estudo analisou mais de 5 mil pessoas nos EUA e descobriu:
- Quem vive a menos de 1,6 km de um campo de golfe tem 126% mais risco de desenvolver Parkinson.
- O risco cai conforme a distância aumenta.
- A água vinda de regiões com solo vulnerável e poços rasos também foi associada a mais casos.
- Os maiores riscos foram nas áreas abastecidas por água subterrânea em regiões próximas a campos de golfe.
Esses locais recebem doses altas de pesticidas, que podem infiltrar no solo e contaminar a água — e também se espalhar pelo ar.
E por que os pesticidas são tão perigosos?
Muitos dos produtos usados em campos de golfe são os mesmos que, em laboratório, causam lesão nos neurônios dopaminérgicos.
Eles podem:
- Aumentar o estresse oxidativo
- Danificar as mitocôndrias (as “usinas de energia” dos neurônios)
- Acionar inflamações crônicas
- E comprometer a limpeza de proteínas defeituosas dentro das células
Tudo isso pode acelerar a degeneração cerebral que leva ao Parkinson.
O que podemos fazer?
- Ficar atento à origem da água que você consome.
- Observar sintomas precoces e conversar com um médico.
- Apoiar políticas que limitem o uso de pesticidas em áreas urbanas.
- Redobrar o cuidado se houver histórico familiar da doença.
Conclusão
O Parkinson não surge do nada. Há fatores ambientais que podemos controlar — e a proximidade com pesticidas é um deles.
O novo estudo é um alerta para mudanças em políticas públicas, mas também para que cada um possa refletir sobre seu ambiente e seus hábitos.
📚 Referências:
- Kouli A, Torsney KM, Kuan WL. Chapter 1 – Parkinson’s Disease: Etiology, Neuropathology, and Pathogenesis. In: Parkinson’s Disease: Pathogenesis and Clinical Aspects [Internet].
- Krzyzanowski B et al. Proximity to Golf Courses and Risk of Parkinson Disease. JAMA Network Open. 2025;8(5):e259198. Link para o artigo
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