13 de maio de 2025

Falhou a DBS? Calma! Ainda dá pra dar certo.

Você sabia que mais da metade dos pacientes rotulados como “falhas da DBS” conseguiram bons resultados com ajustes simples?

Pois é. E isso muda tudo.

Por que repensar as “falhas” da DBS é tão importante?

A estimulação cerebral profunda (DBS) pode transformar vidas. Mas, quando algo não sai como esperado, muita gente desiste cedo demais.

Segundo o Dr. Michael Okun, neurologista referência mundial no assunto, parar por aí pode ser um grande erro.

Durante sua palestra na Interface Neuro (Georgia Tech), ele relembrou um estudo marcante publicado em 2005:

“Com reavaliação cuidadosa e ajustes adequados, 51% dos pacientes que chegaram rotulados como “falhas” tiveram bons resultados.”

O que pode dar errado na DBS?

Se a DBS não funcionou, o problema pode não ser o procedimento em si. Veja os principais motivos identificados no estudo:

  • Erro no diagnóstico: pacientes com doenças que não respondem à DBS (ex: atrofia de múltiplos sistemas ou PSP) foram operados como se tivessem Parkinson.
  • Eletrodo mal posicionado: quase metade dos pacientes tinham os eletrodos fora do alvo ideal.
  • Falta de programação adequada: 37% estavam mal programados — e muitos melhoraram só com ajustes.
  • Medicações mal ajustadas: 73% precisavam de mudanças nos remédios após a cirurgia.
  • Acesso ruim ao acompanhamento: pacientes e médicos que se mudaram, falta de suporte local, ou implantes feitos longe de casa sem continuidade do cuidado.

O que fazer se a DBS parece não ter funcionado?

A dica do Dr. Okun é simples e poderosa: não desista, repense.

  • Revise o diagnóstico com um neurologista especialista em distúrbios do movimento.
  • Faça uma imagem (ex: ressonância ou TC) para checar o posicionamento dos eletrodos.
  • Reprograme o dispositivo com um time experiente.
  • Ajuste os remédios conforme a nova fase.
  • Considere a revisão cirúrgica, se necessário.

A DBS não é “uma vez e pronto”

Tratar com DBS é um processo contínuo. Requer paciência, conhecimento e persistência.

Segundo Okun, o segredo está em uma equipe preparada, que saiba investigar e corrigir.

Não é sobre falha. É sobre ajuste. É sobre cuidado contínuo.